‘Juliana Marins não fez nada de errado, o mundo também é nosso’: histórias de mulheres negras viajantes

A morte trágica de Juliana Marins na Indonésia reacendeu um debate importante sobre a segurança e o direito de mulheres negras viajarem pelo mundo. Este artigo celebra a memória de Juliana e compartilha histórias inspiradoras de mulheres negras que, como ela, desafiam barreiras e exploram o mundo, carregando um legado de resistência e liberdade.

A dor e a indignação

A escritora e guia de viagens Rebecca Aletheia, fundadora do Bitonga Travel, expressou a dor e a indignação sentidas por muitas mulheres negras. Já é difícil para nós viajarmos e, quando isso acontece, somos esquecidas e temos a nossa segurança negligenciada”, desabafou. Aretha Duarte Freitas, a primeira mulher negra latino-americana a escalar o Everest, ecoou o sentimento: “Ela não fez nada de errado. A sociedade deveria nos proteger”.

A resiliência e a inspiração de Aretha Duarte Freitas

Aretha, natural da periferia de Campinas, quebrou barreiras sociais e financeiras para alcançar o topo do mundo. Sua jornada é uma inspiração para outras mulheres, mostrando que a falta de oportunidade, e não a falta de capacidade, é o principal obstáculo. “As mulheres querem viajar, escalar, fazer trilhas e participar de expedições. O que as impede são as crenças sociais limitantes”, afirma Aretha, que hoje guia grupos de mulheres em expedições.

Rebecca Aletheia: Desbravando o mundo e empoderando outras mulheres

Com o lema “sou livre e o mundo é meu”, Rebecca já conheceu 50 países e criou o Bitonga Travel, um coletivo que impulsiona mulheres negras a explorar novos horizontes. Ela destaca que o racismo e as dificuldades financeiras são grandes obstáculos, mas que a experiência de viajar e se conectar com o mundo é transformadora. “O mundo se abre quando a gente se entrega e muitas coisas boas vêm”, garante.

Patrícia Batista: A liberdade de ser nômade digital

Patrícia descobriu a liberdade de viajar sozinha e se tornou nômade digital, trabalhando de diferentes lugares do mundo. Apesar de ter enfrentado situações de assédio, ela acredita que encontrou mais pessoas boas do que más no caminho. “Eu pertenço ao mundo, e vou ser atravessada pelas coisas boas e ruins dele”, afirma, incentivando outras mulheres a usarem o medo como combustível para o preparo, e não para a paralisação.

Àkila: A experiência de uma mulher trans viajando pelo mundo

Àkila, mulher trans que mora em Portugal, compartilha que viajar é um processo prazeroso, mas também delicado. Ela enfatiza a importância de se conectar com as pessoas ao redor para buscar aliados e se sentir segura e pertencente. Àkila acredita que pessoas trans já possuem o conhecimento necessário para se aventurar no mundo. “Sempre fomos nossa própria casa. O mundo é nosso”.

Fonte: Notícia Original