A mais recente medida protecionista anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, coloca o Brasil no centro de uma disputa comercial. Uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA foi imposta, a mais alta entre os países notificados, superando inclusive as tarifas de 30% para a União Europeia e o México.
Segundo a notícia, Trump enviou cartas a diversos países informando sobre as novas tarifas, que variam de 20% a 50% e entram em vigor a partir de 1º de agosto. A medida tem como objetivo forçar acordos comerciais mais favoráveis aos EUA.
A decisão de Trump, particularmente em relação ao Brasil, foi recebida com críticas e surpresa. Analistas a consideram uma medida política e punitiva, levantando preocupações sobre o impacto na indústria e na agropecuária brasileira, com potenciais perdas de empregos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou que não há justificativa econômica para uma tarifa tão elevada.
A carta enviada ao presidente Lula, justifica a tarifa citando o ex-presidente Bolsonaro e tecendo críticas ao sistema judiciário brasileiro, alegando "ataques insidiosos contra eleições livres" e "violação da liberdade de expressão de americanos" por decisões do STF, incluindo ordens de censura (que a carta descreve como secretas e ilegais) a plataformas de mídia social americanas.
Trump também argumenta que a relação comercial com o Brasil é "injusta", alegando um déficit comercial dos EUA. No entanto, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem registrado déficits comerciais com os EUA desde 2009, acumulando um déficit de US$ 90,28 bilhões até junho de 2025.
A imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, somada às já existentes tarifas sobre aço e alumínio, geram grande incerteza e preocupação em diversos setores da economia nacional. A medida coloca em risco as relações comerciais entre os dois países e pode ter um impacto significativo no comércio exterior do Brasil.
