Um novo relatório sobre o trágico acidente do voo 171 da Air India, que vitimou 260 pessoas em junho, lança uma sombra de dúvida sobre as causas da queda. Investigações preliminares revelam que, momentos após a decolagem, os interruptores de corte de combustível do Boeing 787 Dreamliner foram acionados, interrompendo o fornecimento aos motores e levando à perda total de potência.
O que torna este caso particularmente intrigante é a conversa gravada na cabine. Um dos pilotos questiona o outro sobre o desligamento do combustível, recebendo uma resposta negativa. A gravação, no entanto, não identifica quem fez qual pergunta, complicando ainda mais a compreensão do ocorrido.
Especialistas em segurança aérea apontam para o design dos interruptores de combustível, que possuem um mecanismo de trava para evitar acionamentos acidentais. A necessidade de puxar para destravar antes de desligar, combinada com suportes de proteção, torna improvável um erro involuntário.
A investigação levanta a questão: se não foi um acidente, por que alguém desligaria os interruptores? A possibilidade de confusão por parte dos pilotos parece remota, já que não houve relatos de situações anormais a bordo.
Outro ponto de interesse é um boletim da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) de 2018, que indicava que alguns interruptores de controle de combustível do Boeing 737 foram instalados com o recurso de travamento desengatado. Embora não considerado uma condição insegura que exigisse uma diretriz formal, o mesmo design de interruptor é utilizado no Boeing 787 envolvido no acidente, levantando questionamentos sobre um possível defeito.
Enquanto isso, a turbina de ar Ram Air (RAT), um gerador de emergência que se ativa em caso de falha nos motores, foi acionada, corroborando a hipótese de perda total de potência. O trem de pouso também foi encontrado em posição "abaixada", sugerindo que a tripulação não teve tempo para recolhê-lo devido à rápida sequência de eventos.
Os investigadores agora se concentram na análise detalhada do gravador de voz da cabine, buscando identificar as vozes e transcrever todas as comunicações desde o momento em que o avião deixou o portão. A necessidade de gravadores de vídeo na cabine também é ressaltada, pois uma imagem visual clara dos comandos acionados poderia fornecer respostas cruciais.
Enquanto a investigação continua, o mistério do voo 171 da Air India permanece. A combinação de falha humana, defeito mecânico ou uma sequência de eventos improvável ainda está sendo considerada, deixando a comunidade da aviação e as famílias das vítimas em busca de respostas.